Marcos Sacramento arca com o frescor de álbum em que realimenta a tradição da música brasileira com modernidade

  • 06/11/2024
(Foto: Reprodução)
Artista canta Cazuza com Zé Ibarra, dá voz a Thiago Amud e cai no suingue afro-baiano com Josyara em belo disco com produção musical de Elisio Freitas. Capa do álbum ‘Arco’, de Marcos Sacramento Divulgação ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Arco Artista: Marcos Sacramento Cotação: ★ ★ ★ ★ 1/2 ♪ Um círculo de tradições, sobretudo do samba, envolve a discografia recente de Marcos Sacramento. Mesmo sem reinventar a roda, o 18º álbum do cantor e compositor fluminense – Arco, no mundo a partir de sexta-feira, 8 de novembro – exala frescor que revigora a obra fonográfica do artista. Aos 64 anos, Sacramento se conecta com cantores e músicos de gerações mais jovens, sem patinar em terreno modernoso, mas realimentando a tradição com modernidade. A começar pelo dueto com Zé Ibarra em Todo amor que houver nessa vida (Roberto Frejat e Cazuza, 1982), canção que abre o disco com refinado toque de latinidade no fraseado do piano de Marcelo Galter, confeito de gravação em que Zé Ibarra soa sem o corriqueiro brilho de intérprete. Muito da energia renovada do disco Arco vem do fato de Marcos Sacramento ter confiado a produção musical ao guitarrista Elisio Freitas e de ter dado forma ao álbum sob a direção artística de Phil Baptiste. Habitual colaborador do artista, o violonista Luiz Flavio Alcofra exerce a função de coprodutor musical. A beleza de Arco é acentuada por sutilezas. O toque slide da guitarra de Elisio Freitas faz toda a diferença na abordagem – no original em espanhol – de Tonada de luna llena (Simón Díaz, 1973), tema venezuelano amplificado no Brasil por Caetano Veloso há 30 anos no álbum Fina estampa (1994). É a primeira vez que Sacramento grava música em língua estrangeira. Outro acerto do artista foi exercitar o ofício de intérprete após um álbum inteiramente autoral, Caminho para o samba (2022). O samba, aliás, dita o ritmo de faixas como Graça (Thiago Amud, 2021), samba cujas melodia, cadência e letra ecoam em tom cool, em círculos, o recado de esperança dos versos positivistas. Há na forma de Graça a mesma sofisticação que salta aos ouvidos em Voltei (1986), samba de Baden Powell (1937 – 2000) com Paulo César Pinheiro apresentado pela cantora Elizeth Cardoso (1920 – 1990) no álbum Luz e esplendor (1986) e ora revivido por Sacramento em Arco com arranjo embasado pelo pandeiro de Netinho Albuquerque, pelo sintetizador de Ivo Senra e pela bateria eletrônica de Domenico Lancellotti. Com a baiana Josyara e com o bafejo dos sopros orquestrados por Aquiles Moraes e Everson Moraes, Sacramento cai no suingue tropical de Bahia-Rio com vivaz afro-brasilidade. Os cantos serelepes de Josyara e Marcos Sacramento valorizam música foliã da parceria do artista com Luiz Flavio Alcofra que culmina com citação de Tropicália (Caetano Veloso, 1967). E por falar em folia, Sacramento abre caminhos a capella para a força de Xangô (Dema Chagas, Francisco Aquino, Fred Camacho, Getúlio Coelho, Guinga do Salgueiro, Leonardo Gallo, Marcelo Mota, Renato Galante, Ricardo Fernandes e Vanderlei Sena), samba-enredo apresentado pela escola Acadêmicos do Salgueiro no Carnaval carioca de 2019. Já a canção Para Frido (Marcos Sacramento) é dedicada ao grande amor da vida do artista. No álbum Arco, Para Frido roça a forma de inventiva peça de câmara por conta do intrincado arranjo de sopros de Thiago Amud. Já Guanabara (Luiz Flavio Alcofra, Marcos Sacramento e Phil Baptiste) oscila entre o samba e o samba-canção em clima de seresta moderna, dialogando musical e geograficamente com Niterói (Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Marcos Sacramento e Fernando Leitzke Júnior), música batizada com o nome da cidade natal do cantor e compositor. Entre Guanabara e Niterói, o álbum Arco põe na avenida um samba efervescente de tom político, Jesus é preto, parceria de Sacramento e Paulo Baiano que tem letra baseada em fatos (ir)reais produzidos nos anos 1980 pela imaginação delirante do artista, então sob efeito de aditivos químicos. O arremate do álbum é feito com a repetição da letra-mantra da autoral música-título Arco, cujos versos “Ar pra respirar / Arco da Lapa / Arco-íris / Arco e flecha / do Orixá com a gente” ecoam na voz do cantor somente com o toque ancestral dos tambores de Leonardo Dias. Intérprete sagaz, Marcos Sacramento arca com todo o frescor deste disco revigorante que se alimenta com modernidade da tradição. Marcos Sacramento lança o álbum ‘Arco’ na sexta-feira, 8 de novembro, com 11 músicas que misturam inéditos temas autorais com regravações Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2024/11/06/marcos-sacramento-arca-com-o-frescor-de-album-em-que-realimenta-a-tradicao-da-musica-brasileira-com-modernidade.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 10

top1
1. Amor ou Esquema

Wesley Safadão

top2
2. Segue Invicto

Márcia Fellipe

top3
3. Vem Jogando Essa Raba

Psirico e Filipe Escandurras

top4
4. Eu Gosto Assim

Gustavo Mioto e Mari Fernandez

top5
5. Chá de Chifre

Marcynho Sensação, MC Mari e Wesley Safadão

top6
6. Bandido

Zé Felipe e MC Mari

top7
7. Eu Tenho a Senha

João Gomes

top8
8. Essa Gostosa

Stéfany Góes

top9
9. Malvada

Zé Felipe

top10
10. Áudio Que Te Entrega

Léo Santana, MC Don Juan e Mari Fernandez


Anunciantes